segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Fios mais rígidos que o Ni-Ti e mais flexíveis que o aço?

As ligas de Beta-Titânio têm sua origem nos anos 60, quando a indústria metalúrgica consegue, por meio da adição de Molibdênio, Zircônio e Estanho, estabilizar a estrutura cristalina de Titânio em forma de cubo de base centrada (antes isto só ocorria em temperaturas superiores a 885°C).

Estes fios passaram a ser avaliados para fins ortodônticos a partir de fins dos anos 70 por Goldberg e Burstone. Sua composição básica reúne 79% de Titânio, 11% de Molibdênio, 6% de Zircônio e 4% de Estanho.

Os fios de Beta-Titânio, comercializados sob o nome de TMA (Titânium-Molibdenum Alloy), apresentam propriedades mecânicas intermediárias entre o Aço inoxidável e o Níquel-Titânio. Suas principais características clínicas são:

- Módulo de elasticidade intermediário entre o aço inox e o Ni Ti (9.400.00 p.s.i), o que indica seu uso em casos onde o aço é extremamente rígido e o Níquel-Titânio muito flexível. Pode sofrer deflexões 105% maiores que o aço inoxidável, sem deformações permanentes.

- Seu módulo de resiliência também está entre o fio de aço e o fio de Ni Ti, conseqüentemente produz forças com magnitude 50% menor que um fio de aço inoxidável com iguais dimensões.

- Alta tenacidade, o que o torna um fio que, apesar das propriedades elásticas, pode também ser dobrado em alças, helicóides e ganchos, com pequeno risco de fratura.

- Os fios de Beta-Titânio têm resistência à corrosão semelhante aos fios de aço.

Outra importante característica dos fios de TMA é a possibilidade de se soldar, com solda a ponto, ganchos, alças ou esporões. Isto faz com que a versatilidade deste fio seja ainda mais aumentada.

Use com inteligência este poderoso aliado da mecânica ortodôntica !

Uma análise estética do sorriso

Estive recentemente em contato com um grande número de pessoas negras, nascidas em pequenas vilas da África do Sul. Além da enorme simpatia e do sorriso fácil e sincero, impressionou-me a beleza dos dentes destes africanos. Apesar de algumas cáries ou perdas de elementos, raramente percebi problemas de más oclusões. O fato ainda ganha mais destaque quando comparamos os dentes destes nativos com a alta freqüência de má oclusão dos jovens que freqüentam nossos consultórios!

Como explicar que estes africanos, até mesmo os de origem simples e sem acesso a tratamentos ortodônticos na infância, possam ostentar arcos dentais tão bonitos?
Em outro canto do mundo, Argyropoulos, Sassouni e Xeniotoudada, em um artigo científico de 1989 publicado na Angle Orthodontist, rastrearam em museus da Ilha de Creta 40 crânios de adultos que viveram na região há 3.500 anos. Observaram que 37 destes (92,5%) apresentavam excelente oclusão e apenas três mostraram mínimas alterações, tais como pequenos diastemas ou rotações dentais.

Proffit pondera que realmente há um incremento das taxas de má oclusão nas populações modernas, e que isso pode ser atribuído a dois fatos bastante contemporâneos. O primeiro seria a maior miscigenação racial das populações, em virtude da facilidade nos deslocamentos, e que promove o encontro de indivíduos com características craniofaciais e dentais muito distintas, coisa rara nas antigas ilhas gregas ou nas tribos africanas. O segundo fator promotor de desarmonias oclusais seria o costume moderno de ingerir alimentos que pelo cozimento, moagem ou processamento industrial tornam-se macios, reduzindo a solicitação mecânica do aparelho mastigador e conseqüentemente prejudicando o seu desenvolvimento.

Talvez com o passar do tempo e os modernos hábitos do homem, tornem-se cada vez mais raros o belo “perfil grego” e o contagiante sorriso africano!

“Imprimindo” um alicate?

Em 1892 Edward H. Angle decidiu abandonar a prática odontológica e tratar exclusivamente as más oclusões, fato inédito para a época, e que o tornou o primeiro especialista em Ortodontia. Pretendia com isso dedicar o seu tempo a dois grandes projetos: a redação de seu livro texto e desenvolver o design de aparelhos ortodônticos pré-fabricados, uma novidade no século XIX, já que seus colegas construíam cada acessório ou dispositivo em seus próprios consultórios.

Com grande entusiasmo, trabalhando sem descanso e obsessivo com os detalhes, Angle criou o braquete edgewise, que se tornou conhecido e utilizado em todo o mundo. O resto da história, todos conhecem. A indústria ortodôntica cresceu exponencialmente, permitindo aos profissionais adquirirem uma ampla gama de produtos, de variadas formas e funções.

Porém , uma reportagem de capa da revista inglesa The Economist, mostra que o tempo das fábricas caseiras pode estar de volta. A matéria trata das impressoras 3D, máquinas que já estão chegando ao comércio e que permitem a construção de qualquer objeto pela sucessiva sobreposição de finas camadas de plástico, resina ou metal.

A prototipagem, nome desta técnica, já vem sendo restritamente utilizada em nosso meio, mas imagine como seria sensacional poder fabricar, em sua própria sala de consulta, um parafuso metálico de mini-implante, uma barra transpalatina ou customizar aquele alicate da maneira que sempre sonhou!


Quanto ao custo, a reportagem informa que hoje, nos Estados Unidos, uma impressora 3D de pequeno porte custa cinco mil dólares. Menos que o preço de uma impressora jato de tinta no ano em que me formei em odontologia...

Crise mundial, fim dos empregos e... Um ótimo futuro!

Neste mês de setembro, o mundo enfrenta mais uma grave crise econômica. Alguns comparam este momento que estamos passando à quebradeira generalizada de 1929. Outros dizem que teremos dias semelhantes ao período pós “estouro” da bolha imobiliária, ocorrido há três anos.

O livro “O fim dos empregos”, de Jeremy Rifkin, traça um perfil ainda mais sombrio do futuro econômico de nosso planeta, ao afirmar que a sofisticação das tecnologias de software, com máquinas inteligentes que substituem os seres humanos em incontáveis tarefas, provocará um declínio inevitável dos níveis de trabalho. Os robôs, cada vez mais avançados, conduzirão centenas de trabalhadores ao desemprego ou ao subemprego.

Felizmente, parece que os problemas econômicos que assolam alguns países da Europa e já afetam os Estados Unidos não nos atingem com a mesma intensidade. Além disso, para nossa sorte, a profissão de cirurgião-dentista, que requer um preciso diagnóstico e um acompanhamento constante do paciente, ainda não pode ser exercida por autômatos.

Mas devemos entender todo obstáculo como um alerta para nossos passos futuros. É certo que os profissionais que se mantiverem atualizados no aspecto técnico-científico, gerenciarem de maneira hábil sua profissão e contarem com eficientes e éticos recursos de marketing, terão mais chance de prosperar em mares revoltos.

 Assim como as outras, esta crise também vai passar. E o caminho para enfrentar a conjuntura mundial ou o fim dos empregos é o mesmo: atualização profissional.

Seu paciente pode parecer mais jovem?

Os ortodontistas, após um longo período em que basearam seus diagnósticos somente na avaliação de modelos de gesso e na análise cefelométrica, passaram recentemente, a dar maior atenção aos tecidos moles e à estética facial. Arnet, Kokich, Peck, Sarver e Zachrisson, entre outros, ajudaram nossos colegas a definirem, com mais precisão, o posicionamento dos dentes e dos maxilares, para atingir um belo sorriso ao final do tratamento.

Mas uma interessante investigação, publicada em setembro de 2011 na revista Psychology and Aging, mostra um benefício inédito de nosso trabalho. Um grupo de voluntários buscou responder à questão: “Adivinhe qual é minha idade”, apenas pela observação de fotografias de pessoas, de diversas faixas etárias, com variadas expessões faciais, tais como raiva, medo, desgosto, felicidade, tristeza, ou uma expressão neutra. A surpresa foi que, quando sorrindo, as pessoas tinham sua idade subestimada pelos voluntários, ou seja, pareciam mais jovens.
 

Se estes resultarem se confirmarem em novos estudos, teremos a certeza que, ao harmonizar a face de nossos pacientes e proporcionar a eles as condições para um belo sorriso, poderemos também estar fazendo com que pareçam mais jovens !