segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Respeito à Natureza

Um pensamento antropocentrista, que invadiu a humanidade e tornou-se mais evidente a partir da Revolução Industrial, levava a crer que tínhamos um papel superior em relação ao meio ambiente da Terra, e que todos os recursos naturais deveriam servir às nossas necessidades.

Esta visão egoísta tem sido combatida por fortes evidências, tais como a crescente instabilidade climática, a crise dos recursos hídricos e a degradação das condições de vida nas grandes cidades. A “ética ambiental” começa a fazer parte das preocupações dos países desenvolvidos e decorre de uma visão mais ampla de nosso posicionamento no mundo, sendo prova do amadurecimento de nossas sociedades e demostrando que o equilíbrio ecológico e o respeito à natureza deveriam pautar muitas de nossas decisões.

Quebra de paradigma semelhante vem ocorrendo na Ortodontia, fruto de um olhar mais abrangente sobre nossos pacientes. A mudança do diagnóstico ortodôntico pouco a pouco abandona um período em que as características de boa oclusão dental, representada pela chave molar, e o correto relacionamento dos maxilares, expresso pela cefalometria, ditavam todas as nossas decisões.

Atualmente, nossa especialidade busca nos tecidos moles o direcionamento para o diagnóstico. A harmonia da face, a beleza do sorriso, a sanidade periodontal e o bom funcionamento da articulação temporomandibular têm crescido em relevância no diagnóstico e plano de tratamento. Os profissionais mais experientes já compreendem que estes fatores trazem melhores condições de vida e satisfação aos seus pacientes, sendo muito mais relevantes que um ângulo cefalométrico ou determinado ajuste causídico.

Seja em escala global, ou em nossos consultórios, a natureza pede respeito e nos ensina a enxergar de forma mais abrangente!

quinta-feira, 29 de maio de 2014

Firme no foco, mas cuidado com a “pilotagem”

O ortodontista consciente e cuidadoso deve realizar, antes do início de uma terapia clínica, um correto diagnóstico e um plano de tratamento que contemple os diversos dispositivos a serem utilizados, as forças e períodos de uso dos aparelhos, assim como o objetivo final de posicionamento dos dentes e estruturas faciais.
Porém, muitas vezes, em função do grau de colaboração do paciente, condições dentoalveolares, padrão e quantidade de crescimento ou outros fatores que possam dificultar ou impedir o progresso do plano realizado, nos deparamos com alguns dilemas: o plano inicialmente desenhado deve ser seguido ou devemos reestudar o caso? Insistir em uma determinada terapia, para se atingir o objetivo inicialmente traçado, pode ser prejudicial ao paciente?
Os profissionais que mais estudaram e que estão mais preparados para responder à questão “prosseguir, desviar ou parar?” são os pilotos de avião. Este é um tema de profundo interesse deste grupo, uma vez que, diferente do profissional de saúde que coloca a vida de um cliente em risco, os aeronautas responsabilizam-se por centenas de pessoas e ainda colocam a própria vida à mercê de seu julgamento em uma situação critica.
Franck Renouard, implantodontista, e Jean-Gabriel Charrier, instrutor de vôo, conceberam o livro “Em busca do elo fraco – iniciação aos fatores humanos”, no qual descrevem fatores geradores de erro em ambas as profissões. Segundo eles, a má avaliação dos riscos, o descumprimento de regras básicas, o extremo cansaço, o stress e o excesso de confiança podem resultar em falhas fatais.
Os autores citam que o uso intenso de checklists e a boa comunicação com a equipe são fortes aliados da excelência profissional. Ressaltam também que um bom profissional de saúde, assim como o bom piloto, não é aquele que define uma meta e a persegue sem desvios, e sim aquele que sabe o melhor momento de seguir, desviar ou interromper um roteiro, sem com isso parecer fraco ou despreparado.
Portanto, no consultório, procure seguir o exemplo dos pilotos de avião, sendo firme no foco de seus tratamentos, mas extremamente atento à “pilotagem”, para afastar-se de obstáculos e riscos desnecessários.

www.vellini.com.br
www.facebook.com.br/InstitutoVellini

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Seu paciente pode parecer mais jovem?

Os ortodontistas, após um longo período em que basearam seus diagnósticos somente na avaliação de modelos de gesso e nas análises cefelométricas, passaram recentemente, a dar maior atenção aos tecidos moles e à estética facial. Arnet, Kokich, Peck, Sarver e Zachrisson, entre outros, ajudaram nossos colegas a definirem, com mais precisão, o posicionamento dos dentes e dos maxilares, para atingir um belo sorriso ao final do tratamento.

Mas uma interessante investigação, publicada recentemente na revista Psychology and Aging, mostra um benefício inédito de nosso trabalho. Um grupo de voluntários buscou responder à questão: “Adivinhe qual é minha idade”, apenas pela observação de fotografias de pessoas, de diversas faixas etárias, com variadas expessões faciais, tais como raiva, medo, desgosto, felicidade, tristeza, ou uma expressão neutra. A surpresa foi que, quando sorrindo, as pessoas tinham sua idade subestimada pelos voluntários, ou seja, pareciam mais jovens.

Se estes resultarem se confirmarem em novos estudos, teremos a certeza que, ao harmonizar a face de nossos pacientes e proporcionar a eles as condições para um belo sorriso, poderemos também estar fazendo com que pareçam mais jovens !